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Palacete Faciola fortalece história, memória e cultura paraense

Neste domingo (25), o centro completa um ano de funcionamento marcado por eventos que valorizam o patrimônio histórico e identitário

Patrimônio histórico do Estado, o Centro Cultural Palacete Faciola, que integra o acervo do Museu de Imagem e do Som (MIS) e o Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (DPHAC), completa um ano de funcionamento neste domingo (25), após entrega das obras de reconstrução realizadas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).

“O Palacete Faciola é, hoje, um espaço que integra uma sinergia muito importante da economia, da cultura e da arte em Belém e tem sido cada vez mais frequentado pela população. Temos espaços dedicados à preservação do acervo, às exposições temporárias, à educação patrimonial, à preservação e à fiscalização do patrimônio, além de um auditório para atividades ligadas às manifestações e expressões da cultura material e imaterial do Pará. É um espaço muito vivo. Estamos muito felizes com a resposta da comunidade e com a versatilidade que o espaço acabou ganhando”, ressalta Ursula Vidal, titular da Secult.

Um dos visitantes do Palacete, Jobson Marinho, destaca o esforço do poder executivo estadual pela preservação da história e da arquitetura da cidade. “É um local icônico que acaba se tornando uma atração turística a mais. Quem visita o Teatro da Paz e o Cine Olympia, por exemplo, pode esticar um pouco mais a caminhada e ter mais lembranças de Belém. Minha parte favorita é olhar a sacada do prédio de dentro pra fora. Trabalho no mesmo bairro e essa sempre era uma curiosidade minha quando passava por ali. Além disso, a maquete de Belém é muito atrativa. É legal olhar e reconhecer os lugares por onde passamos no cotidiano como moradores da cidade”, comenta.

MIS

Cerca de 15 mil pessoas visitaram, neste primeiro ano, o Museu de Imagem e do Som, que contempla mídias sonoras em fitas K7, discos de vinil e CDs; mídias audiovisuais, que engloban fitas VHS, rolos de películas 35mm/16mm, DVD’s, fitas mini DV e DVCam e HD Cam; fotografias e materiais impressos. O MIS é o responsável pela preservação desses materiais.

“O MIS tem como missão salvaguardar a memória virtual, sonora e audiovisual da Amazônia. Desde a sua criação, é a primeira vez que o Museu tem sede própria. Ele ganhou sala expositiva, salas específicas de restauro, estrutura apropriada e nova. Ganha quem trabalha no MIS e também quem visita o espaço. Entre as nossas ações, destacamos o Cine Clube MIS nas primeiras quintas-feiras do mês e o Animal MIS para o público infantil aos domingos de junho”, conta Indaiá Freire, diretora do Museu da Imagem e do Som.

Em julho, estão previstas: exposição sobre Eneida de Moraes, um longa-metragem do cineasta Luís Arnaldo Campos chamada ‘Aikewara’, oficinas e outras atividades. DPHAC – Com estrutura organizacional de arquivos e uma biblioteca especializada em publicações referentes ao patrimônio histórico, artístico e cultural paraense, com processos, plantas, fotografias, livros, folhetos, periódicos e slides, o DPHAC disponibiliza acervo para pesquisas, análises e atividades educativas patrimoniais. Mais de 10 mil pessoas visitaram o espaço nesse primeiro ano após a entrega.

Rebeca Ribeiro, diretora do Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, pontua que a obra no Complexo é uma demanda que nasce em 2008 no intuito de devolver à cidade parte da história de um momento social único e ainda muito presente no ideário do Ciclo da Borracha. O restauro de prédios, de acordo com a diretora, não se sustenta somente pela obra, por uma fachada bonita, mas, principalmente, por seu uso e pelo uso por todos sem distinção. A instalação de departamentos, bibliotecas e museus com amplo acesso, faz com que a Secult favoreça a apropriação social do patrimônio por meio do uso por toda a sociedade.

“Ganhamos como ação de Educação Patrimonial, porque podemos mostrar, na prática, aos usuários do departamento e à sociedade um exemplo de requalificação bem sucedida e de como os prédios de interesse à preservação podem ser utilizados e apropriados dentro de novos contextos urbanos se adaptando e se integrando à contemporaneidade sem perder sua essência e sua importância histórico-social. Além disso, o Departamento também ganha mais eficiência para ajudar a proteger e fortalecer o patrimônio material e imaterial do Estado do Pará”, diz Rebeca Ribeiro.