O museu que conta a história do povo, da fauna e da flora marajoara, fechado desde dezembro de 2018, está agora movimentado com as obras de reforma iniciadas há menos de um mês. Na semana passada, uma equipe técnica do Departamento de Projetos (DP) e do Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), esteve em Cachoeira do Arari para fazer o acompanhamento da obra e dar continuidade ao projeto de exposição permanente do Museu do Marajó.
De acordo com o arquiteto Nelson Carvalho, do Departamento de Projetos da Secult, a reforma segue a todo vapor, cumprindo o roteiro previsto com as ações iniciais. A pedido da comunidade, o projeto teve o acréscimo de uma área adjacente ao museu, conhecida como Fazendola.
“A Fazendola, uma construção de madeira tipo palafita, era muito usada pela comunidade e pela direção do Museu para reuniões e eventos. A reforma desse espaço prevê a troca de piso, paredes e peças de madeiras apodrecidas, cozinha e banheiro, além da construção de uma passarela de acesso. Isso vai gerar um acréscimo de tempo e recurso, mas nada que comprometa o calendário previsto. Pudemos acompanhar a finalização das obras de preparo, limpeza, demolições e o início das fundações dos anexos. Por ser uma obra muito específica, estamos reconhecendo situações imprevistas, mas que não vão comprometer o prazo de entrega da obra”, destaca Nelson.
Armando Sobral, diretor do SIMM, explica que um dos motivos da visita foi fazer uma avaliação das condições de guarda do acervo para evitar perda ou danos durante a recuperação física do espaço. Também houve uma conversa com a comunidade para explicar como as premissas do plano museológico pretendem preservar a memória do Padre Giovanni Gallo.
Outro aspecto consistiu em afinar o planejamento dos cursos de qualificação dos agentes locais que vão auxiliar os técnicos na gestão do espaço. A previsão é de que em abril seja aberto o curso “Documentação em museus: conceitos e técnicas aplicadas à gestão de coleções", em parceria com a prefeitura local. Serão ofertadas cinco bolsas de R$ 700 para a formação continuada ao longo de um ano.
Geração de empregos - O museu fundado pelo Padre Giovanni Gallo, considerado símbolo da cidade, está sendo construído pela própria comunidade cachoeirense. Todas as pessoas contratadas para a reforma da instituição são da comunidade. “Atualmente, 14 cachoeirenses trabalham na reforma, mas a empresa responsável tem a previsão de contratação de mais 10 trabalhadores na semana que vem. E com intensificação dos serviços, há uma estimativa de contratação máxima de 35 pessoas no pico da obra”, destaca o arquiteto Nelson Carvalho.
“Foi muito importante essa conversa no sentido de tranquiliza-los, pois a requalificação do museu não visa apagar a memória do lugar que foi pensado pelo padre Gallo, muito pelo contrário. Agora, a partir dessa visita, daremos início a um planejamento da construção da narrativa do espaço, que vai ajudar na organização e na disposição em todo plano museográfico, ou seja, da forma como o ambiente será organizado”, destaca Sobral.