No próximo sábado (10), o Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, em Belém, recebe a exposição “Retro / Ativa”, com trabalhos de diferentes momentos dos mais de 20 anos de carreira do artista multimídia Eder Santos. A abertura será as 9 h, e as 10 h será realizada uma palestra com o artista e o curador Luiz Gustavo Carvalho. O projeto é realizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura, com patrocínio do Instituto Cultural Vale e apoio do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).
A exposição estará na Casa das Onze Janelas até 30 de março, com entrada gratuita, de terça-feira a domingo, das 9 h às 17 h. Na abertura da exposição também será apresentado o site acervo www.edersantos.art.
Casa das Onze Janelas recebe mais uma importante exposição até 30 de marçoFormação - Nascido em Belo Horizonte (MG), Eder José dos Santos Júnior iniciou seus estudos na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, posteriormente, mudou para o curso de Programação Visual, na Fundação Mineira de Arte Aleijadinho (Fuma), onde se graduou em 1984. Videoartista, cineasta, roteirista e designer gráfico, tem obras nos acervos permanentes de vários museus e vasta participação em bienais e festivais, no Brasil e no exterior. Possui premiada carreira como diretor de cinema e TV e, na música, soma parcerias com o multi-instrumentista e compositor Paulo Santos, do Grupo Uakti.
“Um artista barroco e multimídia, que não se contenta com nenhuma zona de conforto. Um criador que, quando alcança algum lugar, é capaz de partir, na sequência, para outro extremo”, definiu Luiz Gustavo. Segundo o curador, as obras inéditas trazem um aspecto importante para a seleção, que vai ao encontro do título da exposição. “É uma retrospectiva que contempla vários períodos da carreira de Eder, mas que não trata de um trabalho fechado. Muito pelo contrário. Estamos falando de uma produção totalmente ativa, e as obras inéditas permitem o olhar para os novos inícios”, destacou.
Mesclando diferentes linguagens e técnicas, a obra de Eder Santos derruba fronteiras entre artes visuais, cinema, teatro, vídeo e novas mídias. Pioneiro da arte multimídia no Brasil, sua trajetória confunde-se com o início da produção audiovisual nas artes plásticas, nos anos 1980, que funde o padrão estabelecido pelas televisões e as experimentações com o vídeo amador. “A maioria dos trabalhos da exposição traz essa coisa da tecnologia, que sempre esteve presente na minha obra. Mas a tecnologia acidental, como forma de experimentar. O ruído, a distorção, o desconforto. Usar como ferramenta, sem respeitar muito a tecnologia, sem se entregar ao monitor”, explicou o artista.
Eder Santos possui trabalhos em coleções permanentes de instituições como os Museus de Arte Moderna da Bahia, de São Paulo e do Rio de Janeiro; o Museu de Arte Moderna de Nova York (MOMA), nos Estados Unidos; o Centre Georges Pompidou, em Paris (França) e a Cisneros Fontanals Art Foundation, em Miami (EUA).