Sistema Integrado de Museus e Memoriais

Obras Restauradas

RESTAURAÇÃO DA PINTURA HISTÓRICA “A CONQUISTA DO AMAZONAS”

A tela “A Conquista do Amazonas”, encomendada pelo governador Augusto Montenegro ao artista Antônio Parreiras, em 1905, configura-se a primeira pintura histórica executada por ele nesse gênero artístico, conforme afirma em seus ensaios biográficos. A encomenda foi feita durante sua estadia em Belém e elaborada no Rio de Janeiro em 1907.

Cem anos após a feitura da obra, em novembro de 2007 foi iniciado o processo de restauração da tela, tendo como princípio a preservação do patrimônio cultural por meio de intervenções que recuperaram as características formais e estilísticas, assim como os valores históricos, trazendo à tona o colorido vibrante de uma paleta de contrastes intensos e pinceladas marcadas e vigorosas que, por meio de manchas, delineiam os grupos de representações humanas e paisagem exuberante, característica presente na pintura do artista, considerado um dos maiores pintores brasileiros do século XIX e XX.

A restauração foi realizada em várias etapas, de acordo com o planejamento da Coordenadoria de Preservação, Conservação e Restauração do SIMM/SECULT. Inicialmente, foram realizados os estudos preliminares da obra, com levantamento do estado de conservação e da tecnologia de construção, sendo feitos exames globais e pontuais, de modo a subsidiar a proposta de tratamento.

Em consonância com o projeto de restauro da edificação, que pretendia recuperar as linhas estruturais do projeto arquitetônico de Antônio Landi, com a abertura de vãos e portas, fechadas em reformas anteriores, assim como melhorar o fluxo de ventilação das salas, permitindo a aeração dos espaços e a preservação das coleções ali expostas, foi necessário fazer a remoção da tela da onde estava e transportá-la para a sala onde hoje permanece exposta, inserida no novo projeto museográfico.

Na etapa para realizar o transporte da tela de uma sala a outra, foi feito o faceamento da pintura com papel japonês, para evitar o desprendimento da camada de pintura durante o manuseio. O grande desafio era transportar uma obra de grandes dimensões, pois a mesma emoldurada não passava nos vãos das portas, sendo necessária a sua desmontagem.

A pintura foi separada de sua moldura, descida e colocada sobre o assoalho sendo desmontada e transportada para outro ambiente. De modo a garantir a integridade da pintura, foi confeccionado um grande cilindro para que ela fosse enrolada e cuidadosamente deslocada para a sala onde funcionaria o atelier aberto de restauro, pois essa ação também estava associada a ações de educação estético/artístico/patrimonial do museu.

Com a pintura instalada no novo espaço, deu-se prosseguimento a proposta de tratamento, sendo realizada a limpeza do verso, a consolidação estrutural do suporte e a colocação de um reforço de tecido na borda da pintura para estirá-la novamente ao chassi. Após essa etapa, a tela foi apoiada e fixada à parede da sala, dando início às etapas de remoção do faceamento, testes de solvência, limpeza química, remoção do verniz oxidado e de repinturas realizadas em intervenções anteriores. Vale destacar que na área correspondente a assinatura do artista existia uma grande perda com repintura da assinatura. A opção feita pela equipe de restauradores foi remover a repintura, deixando apenas o que ainda restava de original da assinatura do artista: as iniciais do nome, o local e a data. Com a finalização da limpeza, as áreas de perda foram niveladas e reintegradas com pigmento verniz, sendo aplicada uma película protetora na superfície da tela.

A restauração da pintura “A conquista do Amazonas” foi finalizada em dezembro de 2011, podendo ser apreciada pelo público em toda a sua monumentalidade de pintura histórica, que demarca e revela acontecimentos importantes na vida do artista e do Pará.

GALERIA DE FOTOS

Figura : Faceamento da obra antes da desmontagem e transporte para outra salaFigura : Detalhe do faceamento da pinturaFigura : Separação da tela de sua molduraFigura : Transporte da tela para a outra sala enrolada em um cilindroFigura : Remoção do verniz oxidadoFigura : Colocação da obra em seu chassiFigura : Obra após restauração