Memorial da Cabanagem é um marco da história de resistência do povo paraense e da arquitetura nacional, assinada por Oscar Niemeyer
Mais uma etapa das obras de restauração do Memorial da Cabanagem, situado no Complexo Viário do Entroncamento, foi entregue nesta sexta-feira (21), pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult). Agora, o espaço conta com área administrativa; banheiros masculino, feminino e para pessoas com deficiência; além de guarita com copa e banheiro para os guardas. Na cripta, foi aberta a exposição "Memória Cabana" e a videoinstalação "Revolução Cabana", junto a uma intervenção artística sobre os túmulos, com os nomes de 1.953 cabanos que participaram do levante popular.
A gestão do espaço passou a ser responsabilidade do Governo do Estado, via Secult, no início de 2019. Desde então, o Memorial da Cabanagem já recebeu pintura, paisagismo, encaminhamento de pedestres e um novo projeto luminotécnico. A secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, esteve presente durante o ato de entrega e ressaltou a necessidade de manutenção do monumento como um símbolo de nosso patrimônio arquitetônico e de valorização da memória histórica do Pará.
“Desde o início do governo, temos cuidado com carinho desse espaço, que tem o traço genial de Oscar Niemeyer - o mais importante arquiteto brasileiro da contemporaneidade. O monumento, que foi encapsulado pelo anel viário do Entroncamento e passou anos sendo um símbolo do abandono, precisa ser reapropriado pela população, visitado, pesquisado; se tornar um espaço de descobertas e aprendizados. Nesta segunda etapa da revitalização, promovemos o conforto necessário para que os visitantes se sintam bem-vindos. Os oito painéis, a videoinstalação e a intervenção artística com os nomes de mais de 1.900 revolucionários cabanos trazem recortes importantes deste capítulo de luta social e política que tem papel fundante na identidade do povo paraense”, pontua a secretária.
VISITAÇÃO
Exposição reata a relação do Memorial com a identidade do ParáA exposição estará aberta à visitação de terça a domingo, das 9h às 17h, até o mês de dezembro. A entrada é gratuita. Para o curador da mostra e diretor do Sistema de Museus e Memoriais (SIMM/Secult), Armando Sobral, é importante trazer esses espaços para sua reinserção no plano urbano da cidade e também do circuito cultural da capital.
“O memorial foi um espaço extremamente prejudicado pelas diversas intervenções no seu entorno. Ele tem uma simbologia que é muito forte para nossa história, para nossa cultura, e essa exposição não vem apenas reatar a relação com o Memorial, vem fortalecer também as nossas relações identitárias com a nossa história. Esse é o grande legado que a obra de Niemeyer deixou aqui na Amazônia”, destaca o curador.
Por Thaís Siqueira (SECULT)