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Secult e Seirdh promovem ação no Dia da Consciência Negra nesta segunda-feira, 20

A Secretaria de Estado de Cultura (Secult), em parceria com a Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), promove uma programação em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro. Nesta data terá início a exposição “Nasci nas matas, nunca tive senhor: memórias e resistências dos quilombos do Baixo Amazonas”, às 10h, no Museu do Estado do Pará até o dia 26. 

No auditório Eneida de Moraes, no Palacete Faciola, será exibido o curta-metragem “Benzedeira” dos roteiristas San Marcelo e Pedro Olaia que estarão presentes para um bate papo após a exibição, às 17h. Mais tarde, a palestra "Nasci nas matas, nunca tive senhor", do prof. Eurípedes Antônio Funes (UFC), começa às 19h. 

Além disso, o Arquivo Público do Estado do Pará (Apep), também levará a exposição para os alunos das escolas estaduais Rui Barbosa e Augusto Olímpio, ambas no dia 24, sexta-feira. Os documentos que serão expostos já foram enviados aos professores que vem desenvolvendo desde então materiais em sala de aula sobre o tema, promovendo o envolvimento dos alunos com o material exposto. A mostra também será exibida na sede do Arquivo Público, do dia 20 até 15 de dezembro, de segunda a sexta, de 8h às 14h. 

O Dia da Consciência Negra no Brasil, instituído pela lei nº 12.519 de 10 de novembro de 2011, tem o propósito de promover a reflexão acerca dos complexos problemas causados pela escravidão, que reverberam até hoje na sociedade brasileira. A data escolhida remonta ao dia em que Zumbi dos Palmares, uma das principais referências quilombolas de resistência à escravidão, foi capturado e morto, em 20 de novembro de 1695. A movimentação pela criação da data teve início na década de 1970, em Porto Alegre, quando um grupo de universitários negros criou o coletivo Palmares. 

“O dia 20 de novembro é a data criada por lei para lembrarmos das contribuições e influência dos negros e negras na formação da sociedade e da cultura brasileira. Mas não é somente isso, é também um momento de refletirmos sobre a formação histórica da sociedade com todas as suas violências e silenciamentos marcadas pelo racismo e a marginalização do povo negro. Além disso, é um espaço para ressaltarmos a cultura negra e as diversas formas de resistências ao longo do processo histórico. Por isso, o Arquivo Público do Estado do Pará montou a exposição ‘Nasci nas matas, nunca tive senhor: Memórias e resistência dos quilombos do Baixo Amazonas’ com o objetivo de trazer à tona documentos históricos, do acervo documental, que mostram a presença de quilombos nessa região do Estado”, afirma Leonardo Torii, diretor do Arquivo Público. 

Os documentos que serão expostos são autos de perguntas realizadas pelo governo da província do Grão-Pará no ano de 1876, a seis quilombolas presos nesta região. A proposta da exposição é ressaltar a presença negra no Estado, assim como as diversas formas de resistência contra o sistema escravocrata da época e a atual posição e atuação do povo negro na luta contra antirracismo.

Texto: Juliana Amaral - Ascom/Secult